Oleg e Nikolai eram grandes amigos. Daqueles de infância. Cresceram, estudaram e aprenderam a dureza da vida. Sempre juntos. Inseparáveis. E com pontos de vista parecidíssimos sobre tudo. Menos em uma coisa.
Oleg era torcedor do Lokomotiv, e Nikolai gostava do Spartak. Grandes rivais. Mortais. Um não perdoava o outro na gozação das vitórias e derrotas – a flauta ficava acima de tudo na vida. Futebol não é muito forte por aquelas bandas, mas eles davam pouca bola. Até porque um ganhava num ano e o outro, no outro. Assim sempre foi. Empate total.
Até o dia em que apareceu em cena um bilionário do setor petrolífero. Não, ele sequer desconfiava da existência de Oleg e Nikolai. Mas comprou o CSKA, clube rival do Lokomotiv e do Spartak. E, com uma grana para lá de suspeita, montou um timaço e passou a ganhar tudo no país por um longo período. Ao Spartak e Lokomotiv, sobrava o revezamento como vice.
E a Oleg e Nikolai, o que restava? Frustração. Fracassados que eram, pobres, alcoólatras e, agora, perdedores também no futebol. Alguma coisa tinha de ser feita. E foi mesmo. Unida em tudo, a dupla sacramentou também a união no esporte. Passou a torcer pelo CSKA. E a engolir litros e litros de vodka, feliz com a nova vida. Nikolai e Oleg, melhor do que ninguém, conheciam o gosto de ser vencedor.
25 março 2006
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