Adieu e reminiscências
Foi um tanto quanto doído, doloroso, quase a dor de uma brevidade intermitente, mas a verdade é que a Seleção Brasileira está fora, tão fora que ainda nos deixa em dúvida sobre o quão fora realmente ficou, e a partir de quando, porque vocês sabem, o vácuo consolidado nunca se estabelece de uma hora para a outra, vem de trás para a frente, longo, árduo e, talvez, dolorido, como já disse.
Fato é que está na hora de fechar a valise, conferir os tíquetes, saborear o pouco que resta dos bosques da Cornuália, refletindo, quem sabe se tivesse sido diferente, as circunstâncias operassem a nosso favor, o imponderável de um jeito absoluto – e não com matizes tricolores, lembram-me Paris, claro, ainda que preferisse memórias que remetessem a Marselha, onde certa vez eu e comensais fraternos tivemos a companhia de um bode à mesa, no ponto perfeito, com um tinto cuja lágrima me lembra os olhos tristonhos de Juninho no descerrar das cortinas do espetáculo.
Isso pouco importa agora, foi-se tudo, acabou-se, escafedeu-se. Vendo assim os poderes da ênclise, vem-me à mente a impotência de nosso ataque, um mísero chute nas mãos de Barthez, careca e luvas brilhantes, brilhantes como o céu de Frankfurt. Não adianta, a hora de fechar os olhos e seguir viagem chegou. Quem sabe na selvagem África, terra de negros fortes e tonalidade de ébano, viris, claro que há brancos africâners falando um holandês diferente daquele de Maastrich, ainda que menos fascinantes – enfim, que em um ínterim de quatro longos invernos, nosso sonho tão desejado seja saciado. Ou não. Espero que a afirmativa prevaleça. A primeira delas, claro.
02 julho 2006
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9 comentários:
Tudo bem, bonito, mas o que é mesmo um brevidade intermitente?
q enrolaçao, professor! horrivel!!
a cornuália não é na inglaterra??
pior que o pedro bial. falou, falou e não disse nada
Mas eu li e fiquei esperando no fim pra ver de quem era o texto! Muito bom!
Mas eu li e fiquei esperando no fim pra ver de quem era o texto! Muito bom!
Alguém entendeu a minha intenção?
Viu só que polêmica? Quem sabe não temos aqui um misto de Diogo Mainardi com Millor Fernandes!
Gênio! Parece o Verissimo escrevendo para si mesmo.
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