20 com chuva

É feriado de 20 de setembro, e chove em quantidade digna de adiar uma revolução:
– Com esta água a gente não chega a Porto Alegre – diria o Bento Gonçalves.
Enfim, o fato é que a data deixa caindo de maduro a possibilidade de imaginar como seria o Rio Grande do Sul se estivesse separado do Brasil.
No mínimo, uma hipóteses duvidosa. Com a pindaíba na qual vivemos, é bom ter algum dinheiro vindo de Brasília. Até porque com essa proposta de orçamento para o ano que vem é certo que o risco-país gaúcho bateria em uns 3 mil pontos (oigâle!).
Outra questã sempre defendida cai por terra com o raciocínio mais tacanho: Inter e Grêmio até poderiam jogar sempre a Libertadores, mas faltaria time. Ou como mandar embora todos os brasileiros? O limite seria para três estrangeiros por equipe, como é comum no continente. Aí já viram...
Certo, mesmo, seria a Yeda (paulista, ops, estrangeira) como a primeira presidenta naturalizada gaúcha.
No campo da música, não quero nem imaginar Nenhum de Nós em turnê nacional. Já Calypso e Ivete Sangalo seriam shows internacionais.
Aliás, isto lembra a gauchada adepta das férias no litoral catarinense. Parecem argentinos, por que não ficar por aqui, já que neste solo tudo é mais belo e viçoso? E por aí vai...
É até melhor parar com essa idéia de imaginar a República Rio-Grandense do século XXI. Tudo o que foi escrito acima soa como besteira e gozação, mas tem algo que é mentira? Não. É tão patético quanto a idéia de separação e de que o povo gaúcho supera em gênero, número e grau qualquer outro. Nada disso. Tem tantos defeitos quanto, senão mais, depende muito do ponto de vista.
Em vez de gastar o tempo em um onanismo patriótico diário, quem sabe se trabalha para reerguer o Estado (economicamente, vejam bem, eu critico bastante, mas também não quero forca dos talibans) mais falido do país?