É uma e quarenta e cinco e digito em um teclado preto, pouco empoeirado e cuja barra de espaço tem o problema de ficar torta para um lado. Assim, vez por outra não funciona. À minha direita, vejo um cálice para cerveja, com logo da antiga cervejaria Artica, presente de uma ex-namorada (eram dois, o outro já se quebrou). O cálice aparece cheio pela metade, fruto da mistura entre duas garrafas de long neck localizadas pouco atrás, na linha do monitor LCD de 15 polegadas. A tal mistura, cujo resultado se expressa em uma coloração escura e gosto mais elaborado, é fruto da combinação entre Brahma Extra e Malzbier. Comprei as garrafas há coisa de meia hora, no posto de gasolina ao lado do prédio no qual alugo um apartamento de dois dormitórios. Bom que o posto nunca fecha.
O que estou escrevendo aqui acha um resumo razoável no título do post. Trata-se de um teste, nada mais, sequer pretensioso. Comecei isso aqui depois de pensar um pouco e devorar um picolé Mega da Nestlè, daqueles de trufas, que comprei no posto junto com as cervejas. Aliás, mal mudei a roupa desde que entrei em casa: o máximo foi descalçar meu tênis Nike azul, swoosh (como chamam o logo da Nike) laranja, e trocá-lo por pantufas azuis, peluciadas, presentes da minha mãe. As meias, claro, também jazem junto com a roupa suja acumulada no quarto que abrigava meu irmão, hoje um aplicado residente médico em Pelotas. Mas fora a substituição dos tênis pelas pantufas, restaram calças jeans Levis compradas no dia no qual fui admitido para o meu atual emprego, mais uma camiseta branca marca Zoomp, herança dos tempos de Caxias, e um casaco porque esfriou e temos algo na casa dos 15 graus, muito menos do que experimentamos nas últimas duas semanas de clima senegalesco.
Bom, para ser honesto, também troquei o casaco. Saiu um escuro, cor charcoal, como explica a etiqueta, entrou um preto, ao estilo moletom, mas dotado de zíper e capuz, com cordinhas – que nunca estão simétricas.
Entre esta linha e a acima passaram-se algo como 20 segundos. Foi o tempo de servir meu segundo copo com cerveja – não pensem, portanto, que escrevo isso "torto", como costumam chamar quem bebeu além da conta. Até porque, nem falei ainda, minha intenção não é de desabafo, nem nada. Isso tudo, volto a dizer, é só um teste, e vale fazê-lo. Nem que seja preciso deixar marca de copos e garrafas de cerveja no gabinete branco onde fica meu computador. Como isso aqui parece ser uma mistura de plástico e madeira modestos, não preciso me preocupar. Ou sim, preciso: assim vejo umas das minhas deficiências para narrar as coisas descritivamente.
Um saco, sem dúvida. Menos mal que ainda há tempo para recuperação.
20 julho 2008
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