15 outubro 2007

Tropa

Ainda não vi Tropa de Elite. Será na quarta, no cinema, como tem que ser com um filme assim. Quero conferir a reação da platéia. E tenho quase certeza que é um baita filme.
Aliás, acho que não contei aqui, mas fiz uma matéria com o BOE (antiga tropa de choque) de Santa Maria, nos tempos de Diário de Santa Maria. Saiu em 26 de março de 2005.
Ó:

A partida entre Brasil-Pel e Grêmio está prevista para as 16h deste sábado, em Pelotas, mas começará mais cedo para um time de Santa Maria. Às 6h30min, 25 integrantes do Batalhão de Operações Especiais (BOE), antiga Tropa de Choque, embarcam para Pelotas, onde trabalharão naquele que é considerado o jogo de maior risco do Gauchão 2005.
A expectativa dos santamarienses é conseguir um resultado positivo, ou seja, que tudo termine em paz.
– Nossa equipe não toma gol – garante o sargento Ivan Flores, 33 anos.
O "treinador" do BOE de Santa Maria em Pelotas será o tenente Sandro Machado. Na sexta-feira à tarde, ele repassou um esboço da tática aos "jogadores" – além do tenente, viajarão três sargentos e 21 soldados.
– Vamos trabalhar em apoio ao 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM), em um evento de alto risco. Iremos preparados para garantir a tranqüilidade – afirma o tenente Sandro.
– Normalmente, o time já chega pronto. Aí, é só o técnico arquitetar alguma coisa a mais
– conta o sargento Ivan.
A missão dos santa-marienses será repassada às 12h30min pelo 4º BPM. O efetivo do BOE
será misturado com outros policiais de cidades como Bagé, Rio Grande, Santana do Livramento e
Camaquã – 360 homens devem trabalhar no jogo.
– Em um primeiro momento, ficaremos dentro do Estádio Bento Freitas. Antes do final da partida, devemos nos mobilizar para a parte externa – prevê o tenente Sandro.
Para quem gosta de futebol, é um desafio e tanto. Enquanto a bola rola, os soldados ficam de costas para o campo, vigiando a torcida. Pelo profissionalismo, eles garantem que ninguém espia o que ocorre no gramado. O soldado Cícero Padilha, 35 anos, tem uma explicação para isso:
– Não adianta espiar porque o gol já estará feito. E não tem replay.
Padilha e os colegas do batalhão de Santa Maria (o outro BOE fica em Porto Alegre) estiveram
em 2004 no Bento Freitas, fazendo o confronto entre Grêmio e Palmeiras, pelo Brasileirão. Desta vez, a expectativa é de dificuldades, pois o clima entre as torcidas está bem agitado.
Como se não bastasse, há torcedores que costumam provocar a Brigada Militar, até jogando
copos ou cuspindo nos policiais.
– É normal. Temos de manter o equilíbrio emocional – diz Padilha.
Como lembra o tenente Sandro, todos foram treinados para esse tipo de situação. Entra aí não torcer por ninguém. Todos estarão unidos pela mesma equipe.
– Nosso time é o BOE. E a nossa vitória é tudo transcorrer normalmente – sustenta o sargento Ivan.
E se o jogo na arquibancada estiver complicado?
– Se precisar, tem marcação em cima – brinca.

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