Confissão, Fátima e Ilegal

Gastei 120 euros num sapato em Barcelona. Isso muita gente já sabe.
O que eu não contei foi como aconteceu.
O Franco queria ver a loja da Timberland e eu nem tava a fim. Mas cheguei perto e tocava no altofalante uma música que eu gostava, de boas lembranças da Colômbia. Não deu outra: entrei pra ouvir e dei de cara com o tal do mocassim, ele e outro de 115 euros tão legal quanto. Ainda falei:
– Vambora antes que eu compre, ô Pederneiras!
No fim, fiquei. Foi um bom investimento. Tô bastante satisfeito com o sapato e pouco dou bola pro preço. Posso não ser rico, mas também não sirvo pra pão-duro. Comprei ainda quilos de camisetas, uma camisa italiana e um Ray-Ban novo que me deixa cada vez mais feliz. Pra quem viu minha foto no MSN, é aquele.

PS: quem vendeu o mocassim foi uma portuguesa simpática, magrinha e meio atrapalhada chamada Fátima, do Porto – autora do sempre desmoralizante "pode falar em português".
Trabalhavam na loja ela e uma boliviana ilegal cujo nome esqueci e, portanto, por motivos práticos e para evitar complicações com a imigração espanhola, vou chamá-la aqui como Ilegal. Enfim, Ilegal e Fátima pareciam gente boa.