Sobre o tal deserto de idéias (post abaixo, eu sei que deveria ter invertido e colocado este depois, paciência), deve ser culpa da chuva forte que cai agora. Até corri pra tirar a roupa que minha mãe deixou no varal (sim, ela esteve aqui esta semana e arrumou tudo o que podia, a situação melhorou 103%).
Menos mal é que amanhã provavelmente devo receber novas visitas. Se tudo correr bem, a Paula e o Ju vêm pra cá. Dizem que eles não conhecem cinema, então talvez seja uma boa mostrá-lo.
29 fevereiro 2008
Parada
Não sei o porquê, mas ando meio sem saco pra escrever aqui. Postei pela última vez domingo, e nada de novo veio à cabeça. Nem a continuação do conto, coisa que é obrigação minha. Só espero que esse marasmo de idéias passe logo.
24 fevereiro 2008
A propósito...
Sei lá se é impressão minha, mas o blog parece ter melhorado quando parei de falar de futebol por aqui.
Mais do conto
Demorou de novo, mas saiu outro capítulo do conto. Só posso adiantar que ele está longe do fim! E não insistam que não vou antecipar detalhes desta aterradora história de ação na Paris da era pré-imigração africana.
CAPÍTULO 6
Ao sentar novamente após voltar à sala, o monsenhor colocou os cotovelos sobre a escrivaninha e dedicou um minuto a conjecturas. Olhava vazio em um ponto da parede, indiferente à presença de Rivald, ainda parado no chão, rabo balançando e olhos vivos, alertas. Ninguém seria louco de duvidar da perspicácia do gato, e justamente aí concentrava-se o esforço do monsenhor: como ajudar na cobertura a Gott se o próprio dava bandeira, ainda que para animais aparentemente indefesos?
Rivald permanecia na mesma posição. Por sorte, a imobilidade dizia respeito apenas ao corpo: quanto aos neurônios, a atividade era tal a ponto de produzir energia para iluminar parte da Paris da era pré-imigração africana (se a eletricidade já existisse, claro). Como um animal originalmente não conta com recursos de comunicação por meio de vocabulário, apenas miados e grunhidos, a natureza tratou de disponibilizar outros tipos de acessórios, tais como olfato e audição aguçados. E essa seria a ruína do monsenhor.
Como em uma espécie de sexto-sentido, Rivald farejou algo errado. Presumiu, claro, que a melhor opção seria fingir-se crente ao monsenhor, sem levantar suspeitas. O homem continuava postado e com o tal olhar fixo no nada, apesar de suar e respirar mais rápido, mesmo que discretamente. O bichano, então, quebrou o gelo:
– O que acontecerá agora?
Pego de susto, o monsenhor respondeu:
– Por enquanto, nada. Preciso investigar suas denúncias.
– Existe algo que o senhor pretende que eu faça?
– Fora sumir da minha frente e ficar de bico fechado? Não.
Rivald tomou o comportamento do monsenhor como atestado probatório. Ele e Gott, sem dúvida, eram assassinos. Talvez até o tornassem o número 84, emprestando mais alguns momentos de vida à vítima agendada para a noite.
Havia, pelo menos, outra certeza: os gatos, por vezes, conseguiam ser mais inteligentes do que os humanos, ou o que explicaria o comportamente estúpido do monsenhor? Instantes atrás, mostrara-se um verdadeiro animal, na pior acepção da palavra.
Rivald, o esperto, despediu-se do monsenhor já com o próximo lance na cabeça: atravessar o mosteiro e ir à cozinha à caça de sua amiga Petit. Numa hora dessas, o melhor amigo do gato só pode ser outro gato.
Rivald permanecia na mesma posição. Por sorte, a imobilidade dizia respeito apenas ao corpo: quanto aos neurônios, a atividade era tal a ponto de produzir energia para iluminar parte da Paris da era pré-imigração africana (se a eletricidade já existisse, claro). Como um animal originalmente não conta com recursos de comunicação por meio de vocabulário, apenas miados e grunhidos, a natureza tratou de disponibilizar outros tipos de acessórios, tais como olfato e audição aguçados. E essa seria a ruína do monsenhor.
Como em uma espécie de sexto-sentido, Rivald farejou algo errado. Presumiu, claro, que a melhor opção seria fingir-se crente ao monsenhor, sem levantar suspeitas. O homem continuava postado e com o tal olhar fixo no nada, apesar de suar e respirar mais rápido, mesmo que discretamente. O bichano, então, quebrou o gelo:
– O que acontecerá agora?
Pego de susto, o monsenhor respondeu:
– Por enquanto, nada. Preciso investigar suas denúncias.
– Existe algo que o senhor pretende que eu faça?
– Fora sumir da minha frente e ficar de bico fechado? Não.
Rivald tomou o comportamento do monsenhor como atestado probatório. Ele e Gott, sem dúvida, eram assassinos. Talvez até o tornassem o número 84, emprestando mais alguns momentos de vida à vítima agendada para a noite.
Havia, pelo menos, outra certeza: os gatos, por vezes, conseguiam ser mais inteligentes do que os humanos, ou o que explicaria o comportamente estúpido do monsenhor? Instantes atrás, mostrara-se um verdadeiro animal, na pior acepção da palavra.
Rivald, o esperto, despediu-se do monsenhor já com o próximo lance na cabeça: atravessar o mosteiro e ir à cozinha à caça de sua amiga Petit. Numa hora dessas, o melhor amigo do gato só pode ser outro gato.
Show de bola
Pouca várzea foi Guarani x Estrela, amistoso em Venâncio na semana passada. Colocaram um juiz local, de várzea. Deixou os dois times baterem até na sombra, e foi capaz, entre outras proezas, de dar cartão amarelo duas vezes para o mesmo cara (o jogador alegou que o primeiro cartão tinha sido para outro). Teve um lateral do Guarani que deu um tapa num adversário – o estádio inteiro viu, menos o juizão.
Aí, no fim, com o Guarani perdendo por 1 a 0, o juiz marcou um pênalti (quem viu diz que foi mesmo). Indignado, o técnico do Estrela tirou o time de campo. Como não tinha nada a ver com isso, o "árbitro" autorizou a cobrança, mesmo sem goleiro. E encerrou o jogo.
No site do Estrela, uma nota enalteceu a postura profissional do time. A direção do Guarani, por sua vez, achou por bem não pagar os R$ 200 prometidos de transporte ao Estrela.
E o jornal de Venâncio chamou na contracapa o empate do Guarani no amistoso.
Empate!
Aí, no fim, com o Guarani perdendo por 1 a 0, o juiz marcou um pênalti (quem viu diz que foi mesmo). Indignado, o técnico do Estrela tirou o time de campo. Como não tinha nada a ver com isso, o "árbitro" autorizou a cobrança, mesmo sem goleiro. E encerrou o jogo.
No site do Estrela, uma nota enalteceu a postura profissional do time. A direção do Guarani, por sua vez, achou por bem não pagar os R$ 200 prometidos de transporte ao Estrela.
E o jornal de Venâncio chamou na contracapa o empate do Guarani no amistoso.
Empate!
Cardápio
Pelo menos na parte gastronômica, os últimos dias foram bons. Quinta, entrecot grelhado; sexta, almoço em restaurante mexicano; sábado, filé ao molho de queijo gorgonzola; domingo, congrio e camarão. Até que rendeu!
20 fevereiro 2008
Fidel
Ah, não falei sobre a renúncia do Fidel. Só posso dizer que a piada mais batida neste momento é dizer que o Capitão Nascimento esteve em Cuba e ordenou:
– Pede pra sair, ô Fidel!
– Pede pra sair, ô Fidel!
Vai indo...
Aos trancos e barrancos, o conto vai andando. Decididamente, não tenho a tal constância dos escritores. Mas algo acaba sempre por sair. Agora, com licença, que eu vou almoçar.
CAPÍTULO 5
O monsenhor perdeu as palavras, para não dizer que o gato as comeu. O que dizer diante de um bichano que fala? Seria a tal intervenção do demônio, é claro. Diante da expressão agora assustada do religioso, Rivald novamente tomou a iniciativa.
– Monsenhor, algo grave está diante de acontecer – anunciou, tom grave.
Rivald, então, parou em frente ao monsenhor, sentado, patas dianteiras grudadas e rabo imóvel. Estava nervoso, pois quem garante a segurança de um gato falante? Nestes tempos ainda sem lei, talvez a melhor opção seria eliminar um animal com esta característica a fim de evitar rebeliões populares ou que algum aproveitador transformasse o fenômeno em catalisador de uma nova religião, ordem ou o diabo a quatro. Ah, nunca seria demais descartar a alternativa pecuniária, na qual Rivald conheceria toda a França a tiracolo de um circo, como O Incrível Gato Negro Falante.
Ocupado em sua elucubrações, Rivald por instantes perdeu o foco no monsenhor. Só voltou à realidade ao ouvir uma pergunta:
– O que está para acontecer?
Rivald suspirou, sem antes sanar uma dúvida pessoal:
– O senhor acredita em gatos que falam?
– Se vejo um à minha frente e julgo não estar louco, como não estou, é porque gatos realmente falam.
– Hmmm. Pois é, sabe que faz pouco tempo que descobri este dom? Gosto da minha voz. Tenho gasto o tempo, inclusive, cantarolando canções. O senhor não sabe, mas...
Visivelmente irritado, o monsenhor deu um murro na escrivaninha. Se o gato aparecera para contar algo importante, que o fizesse! Nada de desperdiçar tempo com amenidades.
Rivald entendeu a indireta, numa prova de que a linguagem não verbal é amplamente dominada pelos animais. Pôs-se, então, a contar sobre Gott, o número 84, os hábitos do suposto assassino, os planos futuros, enfim, tudo tal e qual escutara no minuto e meio. O monsenhor expressou concentração e, ao final do relato, ordenou com a mão que o gato permanecesse onde estava. O religioso levantou, espiou todos os cantos da sala, saiu e voltou 40 segundos mais tarde.
Decididamente, não havia ventríloquo por perto. O gato falava. E parecia dizer a verdade.
– Monsenhor, algo grave está diante de acontecer – anunciou, tom grave.
Rivald, então, parou em frente ao monsenhor, sentado, patas dianteiras grudadas e rabo imóvel. Estava nervoso, pois quem garante a segurança de um gato falante? Nestes tempos ainda sem lei, talvez a melhor opção seria eliminar um animal com esta característica a fim de evitar rebeliões populares ou que algum aproveitador transformasse o fenômeno em catalisador de uma nova religião, ordem ou o diabo a quatro. Ah, nunca seria demais descartar a alternativa pecuniária, na qual Rivald conheceria toda a França a tiracolo de um circo, como O Incrível Gato Negro Falante.
Ocupado em sua elucubrações, Rivald por instantes perdeu o foco no monsenhor. Só voltou à realidade ao ouvir uma pergunta:
– O que está para acontecer?
Rivald suspirou, sem antes sanar uma dúvida pessoal:
– O senhor acredita em gatos que falam?
– Se vejo um à minha frente e julgo não estar louco, como não estou, é porque gatos realmente falam.
– Hmmm. Pois é, sabe que faz pouco tempo que descobri este dom? Gosto da minha voz. Tenho gasto o tempo, inclusive, cantarolando canções. O senhor não sabe, mas...
Visivelmente irritado, o monsenhor deu um murro na escrivaninha. Se o gato aparecera para contar algo importante, que o fizesse! Nada de desperdiçar tempo com amenidades.
Rivald entendeu a indireta, numa prova de que a linguagem não verbal é amplamente dominada pelos animais. Pôs-se, então, a contar sobre Gott, o número 84, os hábitos do suposto assassino, os planos futuros, enfim, tudo tal e qual escutara no minuto e meio. O monsenhor expressou concentração e, ao final do relato, ordenou com a mão que o gato permanecesse onde estava. O religioso levantou, espiou todos os cantos da sala, saiu e voltou 40 segundos mais tarde.
Decididamente, não havia ventríloquo por perto. O gato falava. E parecia dizer a verdade.
17 fevereiro 2008
Sobre o conto
Parece incrível, mas por detalhe não perdi o capítulo 4 inteiro devido a problemas do blogger. Por mais sorte do que juízo, consegui recuperá-lo.
Como a história estava no 2, quem quiser segui-la deve ignorar o 4 e primeiro ler o 3, mais abaixo. Aproveitei a noite ociosa de sábado para tentar dar um gás na história. Espero que tenha funcionado.
Como a história estava no 2, quem quiser segui-la deve ignorar o 4 e primeiro ler o 3, mais abaixo. Aproveitei a noite ociosa de sábado para tentar dar um gás na história. Espero que tenha funcionado.
CAPÍTULO 4
Rivald adentrou o templo de modo cauteloso. Jamais tirou Gott para otário, e primeira medida, naturalmente, passaria por observá-lo. Estava ajoelhado, de costas para a porta entalhada em madeira simples, rezando em aparente contrição – ou matutando quem, onde e como aconteceria o 84. O porquê, para o gato roliço, aparecia claro como o amanhecer: tratava-se de um doente, alguém digno de compaixão.
Pois a sorte de ser gato estava no aparente desprezo dos humanos. Quem seria gênio o suficiente para vislumbrar em um bichano a intenção de denúncia de um assassino? Ou simplesmente acreditar na acusação? Na Paris da época e blábláblá, jamais fizera-se um mísero estudo cognitivo acerca do cérebro animal, quanto mais experimentos simplórios com humanos. Rivald representava um animal degraus abaixo do proletariado, talvez pouco menos sofrido – discussão palatável para uma oportunidade mais adiante.
Fato é que, beneficiado da condição reduzida, Rivald atravessou o templo despercebido. Passou ao lado de Gott e sequer foi notado. À esquerda do altar, tomou o caminho que direcionava a um anexo, o gabinete do monsenhor. Óbvio, Rivald suava frio debaixo dos pêlos negros. Mas se este era o destino, impossível deixar de atendê-lo. Talvez influenciado pelo ar sacro do ambiente, sentiu-se uma espécia de messias, assim mesmo, com M minúsculo, ou alguém já viu um gato ser batizado? Agora, que ele tenha escutado referências religiosas a ponto de referir a palavra messias, aí paira outro assunto.
Diante do gabinete do monsenhor, fez-se desnecessário bater ou pedir para ser anunciado – até porque secretário era figura inexistente diante das dificuldades orçamentárias enfrentadas pela ordem. O gato avistou o monsenhor e, como fiel beneficiário de leite e ração fornecidos pelos religiosos, aplicou a deferência necessária: baixou a cabeça. O monsenhor detinha-se ocupado diante de documentos acima de uma mesa de madeira de lei, olhar apoiado em arremedo pós-medieval de óculos. Rivald fitou-o, sem retribuição. Um gato realmente era uma espécie de sub-raça nesta França, mas o que fazer?
Comunicar-se por meio de sons. Rivald capricou e tirou sua melhor nota:
– Miau!
O monsenhor dirigiu-lhe um olhar amistoso e apenas murmurou, desinteressado:
– Gatinho.
Como bom e orgulhoso bichano, Rivald sentiu o sangue subir-lhe. Não se sabe de onde, acabou por revelar uma habilidade até então inédita, capaz de corar coroinhas e fazer padres mijarem nas calças diante do que julgariam ser uma intervenção do demônio. Rivald estava pouco preocupado com interpretações de terceiros. Apenas disparou:
– Monsenhor, preciso falar-lhe.
O velho imediatamente largou suas tarefas e, incrédulo, fitou a pequena bola de pêlos pretos parada diante de sua escrivaninha. Seria um dia, no mínimo, inédito.
Pois a sorte de ser gato estava no aparente desprezo dos humanos. Quem seria gênio o suficiente para vislumbrar em um bichano a intenção de denúncia de um assassino? Ou simplesmente acreditar na acusação? Na Paris da época e blábláblá, jamais fizera-se um mísero estudo cognitivo acerca do cérebro animal, quanto mais experimentos simplórios com humanos. Rivald representava um animal degraus abaixo do proletariado, talvez pouco menos sofrido – discussão palatável para uma oportunidade mais adiante.
Fato é que, beneficiado da condição reduzida, Rivald atravessou o templo despercebido. Passou ao lado de Gott e sequer foi notado. À esquerda do altar, tomou o caminho que direcionava a um anexo, o gabinete do monsenhor. Óbvio, Rivald suava frio debaixo dos pêlos negros. Mas se este era o destino, impossível deixar de atendê-lo. Talvez influenciado pelo ar sacro do ambiente, sentiu-se uma espécia de messias, assim mesmo, com M minúsculo, ou alguém já viu um gato ser batizado? Agora, que ele tenha escutado referências religiosas a ponto de referir a palavra messias, aí paira outro assunto.
Diante do gabinete do monsenhor, fez-se desnecessário bater ou pedir para ser anunciado – até porque secretário era figura inexistente diante das dificuldades orçamentárias enfrentadas pela ordem. O gato avistou o monsenhor e, como fiel beneficiário de leite e ração fornecidos pelos religiosos, aplicou a deferência necessária: baixou a cabeça. O monsenhor detinha-se ocupado diante de documentos acima de uma mesa de madeira de lei, olhar apoiado em arremedo pós-medieval de óculos. Rivald fitou-o, sem retribuição. Um gato realmente era uma espécie de sub-raça nesta França, mas o que fazer?
Comunicar-se por meio de sons. Rivald capricou e tirou sua melhor nota:
– Miau!
O monsenhor dirigiu-lhe um olhar amistoso e apenas murmurou, desinteressado:
– Gatinho.
Como bom e orgulhoso bichano, Rivald sentiu o sangue subir-lhe. Não se sabe de onde, acabou por revelar uma habilidade até então inédita, capaz de corar coroinhas e fazer padres mijarem nas calças diante do que julgariam ser uma intervenção do demônio. Rivald estava pouco preocupado com interpretações de terceiros. Apenas disparou:
– Monsenhor, preciso falar-lhe.
O velho imediatamente largou suas tarefas e, incrédulo, fitou a pequena bola de pêlos pretos parada diante de sua escrivaninha. Seria um dia, no mínimo, inédito.
CAPÍTULO 3
Como bom gato, Rivald sempre foi observador. No minuto e meio sob cuidados de Gott, difícil dizer se mais ouviu ou contemplou. Quanto à primeira alternativa, ninguém tem opção de tapar os ouvidos diante de palavras. Um gato, então, animal equilibrado em quatro patas, nunca teria um subterfúgio deste gênero.
Pois Rivald ouviu mais do que a prudência recomendaria. Chamou-lhe atenção o número 84. Aliado às palavras corpo, fim, abuso e mutilação, sussuradas por Gott, o gato compôs um quadro, no mínimo, aterrorizante. À primeira vista, coube-lhe o papel de vítima, talvez em uma versão parisiense do que mais tarde viria a tornar-se o churrasquinho de gato.
Como bom francês, Rivald manteve a fleuma e jamais decompôs-se em desespero, como fariam congêneres de outros países. Mesmo nervoso, manteve o ronronar indicativo de felicidade e acatou cada movimento amistoso de Gott. Claro, um minuto e meio demoraram como nunca a passar, mas já que o mundo é dos espertos, dar bandeira em uma hora dessas equivalia a entrar direto na panela.
Gott afastou-se, mas não levou consigo o medo entranhado em Rivald. Refeito da sensação de gaticídio iminente, o bichano respirou e arriscou um auto-questionamento:
– Sou um homem ou um gato?
Resposta óbvia. Eis então que veio o movimento a seguir, a reação, a resposta, isto não poderia ficar assim, como gato, animal mais esperto que os imbecis dos cães, ficava claro estar diante de um assassino, ou melhor, um serial killer, afinal, 84 jamais seria número de telefone (inexistente na Paris pré-imigração africana) ou idade ou endereço. Era a contagem dos presuntos.
Rivald tomou ar dos pequenos pulmões e, ao avistar Gott à porta do templo, concluiu ser mais do que hora de procurar o monsenhor.
Pois Rivald ouviu mais do que a prudência recomendaria. Chamou-lhe atenção o número 84. Aliado às palavras corpo, fim, abuso e mutilação, sussuradas por Gott, o gato compôs um quadro, no mínimo, aterrorizante. À primeira vista, coube-lhe o papel de vítima, talvez em uma versão parisiense do que mais tarde viria a tornar-se o churrasquinho de gato.
Como bom francês, Rivald manteve a fleuma e jamais decompôs-se em desespero, como fariam congêneres de outros países. Mesmo nervoso, manteve o ronronar indicativo de felicidade e acatou cada movimento amistoso de Gott. Claro, um minuto e meio demoraram como nunca a passar, mas já que o mundo é dos espertos, dar bandeira em uma hora dessas equivalia a entrar direto na panela.
Gott afastou-se, mas não levou consigo o medo entranhado em Rivald. Refeito da sensação de gaticídio iminente, o bichano respirou e arriscou um auto-questionamento:
– Sou um homem ou um gato?
Resposta óbvia. Eis então que veio o movimento a seguir, a reação, a resposta, isto não poderia ficar assim, como gato, animal mais esperto que os imbecis dos cães, ficava claro estar diante de um assassino, ou melhor, um serial killer, afinal, 84 jamais seria número de telefone (inexistente na Paris pré-imigração africana) ou idade ou endereço. Era a contagem dos presuntos.
Rivald tomou ar dos pequenos pulmões e, ao avistar Gott à porta do templo, concluiu ser mais do que hora de procurar o monsenhor.
História real
Aconteceu assim:
Noite de sábado. Embalado por várias cervejas, Darlan conversava com duas pessoas. Eis que surgiu uma discussão. Então, olhou para Ju e Paula, parados a menos de meio metro, conversando. Para Paula, disparou:
– Dá licença um minutinho. Ju, vem cá.
Calado, Ju imediatamente deu quatro passos e se juntou ao grupo. Paula apenas olhou, imóvel. Darlan questionou o amigo:
– Pato ou Anderson?
– Pato – respondeu Ju.
Darlan expressou um misto de insatisfação com indignação. Refeito da decepção, ordenou para Ju:
– Tá, pode voltar pra lá.
Ju, sem mover um músculo do rosto, refez os quatro passos de antes. E Paula apenas sorriu.
Noite de sábado. Embalado por várias cervejas, Darlan conversava com duas pessoas. Eis que surgiu uma discussão. Então, olhou para Ju e Paula, parados a menos de meio metro, conversando. Para Paula, disparou:
– Dá licença um minutinho. Ju, vem cá.
Calado, Ju imediatamente deu quatro passos e se juntou ao grupo. Paula apenas olhou, imóvel. Darlan questionou o amigo:
– Pato ou Anderson?
– Pato – respondeu Ju.
Darlan expressou um misto de insatisfação com indignação. Refeito da decepção, ordenou para Ju:
– Tá, pode voltar pra lá.
Ju, sem mover um músculo do rosto, refez os quatro passos de antes. E Paula apenas sorriu.
15 fevereiro 2008
Teste!
Vi este teste e não pude deixar de postá-lo. Minhas respostas vão em negrito:
1 - Esportes
a.. Futebol, automobilismo, esportes radicais > MACHO
b.. Tênis, boliche, voleibol > TENDÊNCIAS GAYS
c.. Aeróbica, spinning > GAY
d.. Patinação no Gelo, Ginástica Olímpica > BICHONA
e.. Os mesmos anteriores, usando short de lycra > LOUCA
2 - Comidas
a.. Capivara, javali, comida muito apimentada > CONAN
b.. Churrasco, Massas, Frituras > MACHO
c.. Peixe e salada > FRESCO
d.. Sanduíches integrais > GAY
e.. Aves acompanhadas de vegetais cozidos no vapor > BICHA ASSUMIDA
3 - Bebidas
a.. Cacha, cerveja, whisky > MACHO
b.. Vinho, vodka > HOMEM
c.. Caipifruta > GAY
d.. Suco de frutas normais e licores doces > MUITO GAY
e.. Suco de açaí, carambola, cupuaçu, com adoçante > PERDIDAMENTE GAY
OBS: no meu caso, a vodka sempre é pura.
4 - Higiene
a.. Toma banho rápido, usa sabão em barra > LEGIONÁRIO
b.. Toma banho rápido, usa xampu e esquece das orelhas ou do pescoço > MACHO
c.. Toma banho sem pressa > HOMEM
d.. Demora mais de meia hora e usa sabonete líquido > TENDÊNCIAS GAYS SÉRIAS
e.. Toma banho com sais e espuma na banheira > VIADAÇO ASSUMIDO
5 - Cerveja
a.. Gelada e em grandes quantidades > MACHO
b.. Só cervejas extra, premium e importadas > HOMEM FINO DEMAIS
c.. Só uma às vezes para matar a sede > BICHICE SOB CONTROLE
d.. Com limão e guardanapo em volta do copo > BICHA
e.. Sem álcool > GAZELA SALTITANTE
6 - Presentes que gosta de ganhar
a.. Ferramentas > OGRO
b.. Garrafa de whisky > MACHO
c.. Eletrônicos, informática > HOMEM MODERNO
d.. Roupas > VIADO
e.. Flores, velas aromáticas, perfumes, bombons > DONZELA VIRGEM
7 - Cremes
a.. Só pasta de dentes > MACHO
b.. Protetor solar só na praia e piscina > HOMEM MODERNO
c.. Usa cremes no verão > BICHA FRESCA
d.. Usa cremes o ano todo > BICHONA TOTAL
e.. Não vive sem hidratante > FILA DE ESPERA DA OPERAÇÃO PRA TROCA DE SEXO
OBS: quero ver quem gosta de creminho Victoria Secret's responder essa...
8 - Animais de estimação
a.. Animal de quê? > MACHO
b.. Tem um vira-lata que come restos da comida > HOMEM
c.. Tem cão de raça que vive dentro de casa e come ração especial > BICHA
d.. O cão de raça dorme na sua própria cama > BICHONA TOTAL
e.. Prefere gatos > TOTALMENTE PASSIVA
9 - Plantas
a.. Nem pra comer > TROGLODITA
b.. Come algumas de vez em quando > RAMBO
c.. Tem umas no quintal, nem são regadas > HOMEM
d.. Tem plantinhas na varanda do apartamento > VIADO
e.. Rega, poda e conversa com as flores do jardim > BICHONA PERDIDA
10 - Espelho
a.. Não usa > VIKING
b.. Usa para fazer barba > MACHO
c.. Admira sua pele e observa seus músculos > GAY
d.. Idem c, e ainda analisa a bunda > LOUCA
e.. Admira-se com diferentes camisas e penteados > TRAVECO
11 - Penteado
a.. Não se penteia > MACHO
b.. Só se penteia pra sair à noite > HOMEM
c.. Se penteia várias vezes ao dia > FRESCO
d.. Pinta o cabelo > BICHONA TOTAL
e.. Dá conselhos de penteados > BICHAÇA LOUCA
12 - Limpeza da casa
a.. Varre quando a sujeira estala na sola do pé > ANIMAL
b.. Varre quando o pó cobre o chão > MACHO
c.. Varre uma vez por semana > FRESCO
d.. Limpa com água, detergente e aromatizante > GAYZAÇO
e.. Usa espanador de pó e tem um avental > É A ESPOSA DO ESPANADOR
13 - Filmes
a.. Sexta-feira 13, A Hora do Pesadelo, Brinquedo Assassino, Laranja Mecânica, Pânico > MAD MAX
b.. Indiana Jones; filmes de Charles Bronson, Chuck Norris e Bruce Lee, > MACHO
c.. Os Trapalhões, Loucademia de Polícia, Um Tira da Pesada > FRESCO
d.. Forrest Gump, A Lagoa Azul; filmes de Richard Gere, Leonardo di Caprio e Julia Roberts > BICHONA
e.. Super Xuxa contra o Baixo-Astral, Eliana e o Segredo dos Golfinhos > GAZELAÇA
1 - Esportes
a.. Futebol, automobilismo, esportes radicais > MACHO
b.. Tênis, boliche, voleibol > TENDÊNCIAS GAYS
c.. Aeróbica, spinning > GAY
d.. Patinação no Gelo, Ginástica Olímpica > BICHONA
e.. Os mesmos anteriores, usando short de lycra > LOUCA
2 - Comidas
a.. Capivara, javali, comida muito apimentada > CONAN
b.. Churrasco, Massas, Frituras > MACHO
c.. Peixe e salada > FRESCO
d.. Sanduíches integrais > GAY
e.. Aves acompanhadas de vegetais cozidos no vapor > BICHA ASSUMIDA
3 - Bebidas
a.. Cacha, cerveja, whisky > MACHO
b.. Vinho, vodka > HOMEM
c.. Caipifruta > GAY
d.. Suco de frutas normais e licores doces > MUITO GAY
e.. Suco de açaí, carambola, cupuaçu, com adoçante > PERDIDAMENTE GAY
OBS: no meu caso, a vodka sempre é pura.
4 - Higiene
a.. Toma banho rápido, usa sabão em barra > LEGIONÁRIO
b.. Toma banho rápido, usa xampu e esquece das orelhas ou do pescoço > MACHO
c.. Toma banho sem pressa > HOMEM
d.. Demora mais de meia hora e usa sabonete líquido > TENDÊNCIAS GAYS SÉRIAS
e.. Toma banho com sais e espuma na banheira > VIADAÇO ASSUMIDO
5 - Cerveja
a.. Gelada e em grandes quantidades > MACHO
b.. Só cervejas extra, premium e importadas > HOMEM FINO DEMAIS
c.. Só uma às vezes para matar a sede > BICHICE SOB CONTROLE
d.. Com limão e guardanapo em volta do copo > BICHA
e.. Sem álcool > GAZELA SALTITANTE
6 - Presentes que gosta de ganhar
a.. Ferramentas > OGRO
b.. Garrafa de whisky > MACHO
c.. Eletrônicos, informática > HOMEM MODERNO
d.. Roupas > VIADO
e.. Flores, velas aromáticas, perfumes, bombons > DONZELA VIRGEM
7 - Cremes
a.. Só pasta de dentes > MACHO
b.. Protetor solar só na praia e piscina > HOMEM MODERNO
c.. Usa cremes no verão > BICHA FRESCA
d.. Usa cremes o ano todo > BICHONA TOTAL
e.. Não vive sem hidratante > FILA DE ESPERA DA OPERAÇÃO PRA TROCA DE SEXO
OBS: quero ver quem gosta de creminho Victoria Secret's responder essa...
8 - Animais de estimação
a.. Animal de quê? > MACHO
b.. Tem um vira-lata que come restos da comida > HOMEM
c.. Tem cão de raça que vive dentro de casa e come ração especial > BICHA
d.. O cão de raça dorme na sua própria cama > BICHONA TOTAL
e.. Prefere gatos > TOTALMENTE PASSIVA
9 - Plantas
a.. Nem pra comer > TROGLODITA
b.. Come algumas de vez em quando > RAMBO
c.. Tem umas no quintal, nem são regadas > HOMEM
d.. Tem plantinhas na varanda do apartamento > VIADO
e.. Rega, poda e conversa com as flores do jardim > BICHONA PERDIDA
10 - Espelho
a.. Não usa > VIKING
b.. Usa para fazer barba > MACHO
c.. Admira sua pele e observa seus músculos > GAY
d.. Idem c, e ainda analisa a bunda > LOUCA
e.. Admira-se com diferentes camisas e penteados > TRAVECO
11 - Penteado
a.. Não se penteia > MACHO
b.. Só se penteia pra sair à noite > HOMEM
c.. Se penteia várias vezes ao dia > FRESCO
d.. Pinta o cabelo > BICHONA TOTAL
e.. Dá conselhos de penteados > BICHAÇA LOUCA
12 - Limpeza da casa
a.. Varre quando a sujeira estala na sola do pé > ANIMAL
b.. Varre quando o pó cobre o chão > MACHO
c.. Varre uma vez por semana > FRESCO
d.. Limpa com água, detergente e aromatizante > GAYZAÇO
e.. Usa espanador de pó e tem um avental > É A ESPOSA DO ESPANADOR
13 - Filmes
a.. Sexta-feira 13, A Hora do Pesadelo, Brinquedo Assassino, Laranja Mecânica, Pânico > MAD MAX
b.. Indiana Jones; filmes de Charles Bronson, Chuck Norris e Bruce Lee, > MACHO
c.. Os Trapalhões, Loucademia de Polícia, Um Tira da Pesada > FRESCO
d.. Forrest Gump, A Lagoa Azul; filmes de Richard Gere, Leonardo di Caprio e Julia Roberts > BICHONA
e.. Super Xuxa contra o Baixo-Astral, Eliana e o Segredo dos Golfinhos > GAZELAÇA
12 fevereiro 2008
Esclarecimento, parte 2
Desnecessário dizer que os mais (e menos) consagrados escritores contam com equipes dispostas a ajudá-los em todas as tarefas adjacentes à arte-mor. Eu, aspirante a barnabé, tomo meu tempo entre trabalho, lides domésticas e um pouco de recreação e lazer, já que ninguém é de ferro.
Então os insatisfeitos que reclamem para a mãe do Badanha se está demorando para aparecer a continuação do conto.
Aliás, o capítulo 2 segue abaixo. Boa leitura!
Então os insatisfeitos que reclamem para a mãe do Badanha se está demorando para aparecer a continuação do conto.
Aliás, o capítulo 2 segue abaixo. Boa leitura!
CAPÍTULO 2
Em se tratando de vontade de dormir, cama era supérfluo para Gott. Dotado de muita energia, por vezes passava noites em claro e emendava até o fim do dia sem pegar no sono. Talvez fosse por influência dos costumes do sacerdócio.
Tal com fizera tantas vezes, Gott não dormiu. Mal chegou ao internato, tratou de cuidar do próprio desjejum. Como bom parisiense – ainda que por adoção –, dispensou o banho e imediatamente colocou a roupa de trabalho. Neste caso, uma espécie de túnica marrom combinada com sandálias de tiras manufaturadas. Tão oculta quanto seu segredo, jazia a vaidade. Verdade era que Gott tinha preocupação com aparência e jactava-se de seus 68kg distribuídos em algo em torno de 1m75cm. Cabelos loiros, crespos, na altura do ombro e um bigodão compunham o visual.
O segredo do segredo, com o perdão da redundância, consistia em manter bico calado. Por levar a sério a estratégia, Gott gozava de pouca simpatia com os colegas. Não raro, ouvia comentários maldosos pelas costas, sempre relacionados à alcunha de "Alemão". Gott viera de Bremen ainda criança, ninguém sabe como. Já que ele sequer preferiu dar uma versão para a história, aí fica o mistério.
Já trajado com o uniforme de trabalho, Gott dirigiu-se ao templo. No caminho, cruzou jardins, passou por estábulos e enojou-se com o odor dos porcos (a despeito do próprio cheiro, fruto dos três dias sem chuveiro, ops, banho, porque o chuveiro ainda não havia sido inventado). Também parou para alisar um gato nunca visto por ali, preto e pachorrento, a quem decidiu batizar como Rivald. Gastou um minuto e meio com o bichano antes de colocar o pé dentro do templo e iniciar suas orações, como praxe.
Naquela segunda-feira, porém, ninguém imaginava o que aconteceria. O lado profano de Gott viria à tona ladeado por, como convém, conseqüências catastróficas para seu universo. E tudo graças a um maldito gato chamado Rivald.
Tal com fizera tantas vezes, Gott não dormiu. Mal chegou ao internato, tratou de cuidar do próprio desjejum. Como bom parisiense – ainda que por adoção –, dispensou o banho e imediatamente colocou a roupa de trabalho. Neste caso, uma espécie de túnica marrom combinada com sandálias de tiras manufaturadas. Tão oculta quanto seu segredo, jazia a vaidade. Verdade era que Gott tinha preocupação com aparência e jactava-se de seus 68kg distribuídos em algo em torno de 1m75cm. Cabelos loiros, crespos, na altura do ombro e um bigodão compunham o visual.
O segredo do segredo, com o perdão da redundância, consistia em manter bico calado. Por levar a sério a estratégia, Gott gozava de pouca simpatia com os colegas. Não raro, ouvia comentários maldosos pelas costas, sempre relacionados à alcunha de "Alemão". Gott viera de Bremen ainda criança, ninguém sabe como. Já que ele sequer preferiu dar uma versão para a história, aí fica o mistério.
Já trajado com o uniforme de trabalho, Gott dirigiu-se ao templo. No caminho, cruzou jardins, passou por estábulos e enojou-se com o odor dos porcos (a despeito do próprio cheiro, fruto dos três dias sem chuveiro, ops, banho, porque o chuveiro ainda não havia sido inventado). Também parou para alisar um gato nunca visto por ali, preto e pachorrento, a quem decidiu batizar como Rivald. Gastou um minuto e meio com o bichano antes de colocar o pé dentro do templo e iniciar suas orações, como praxe.
Naquela segunda-feira, porém, ninguém imaginava o que aconteceria. O lado profano de Gott viria à tona ladeado por, como convém, conseqüências catastróficas para seu universo. E tudo graças a um maldito gato chamado Rivald.
11 fevereiro 2008
Esclarecimento
Agora reclamam que o fato de eu ter escrito "seios pequenos" na descrição da vítima do meu conto é imitação. Bom, melhor então fazer uma história casta, na qual a assassinada morre vestida e sem sangue à mostra, para não chocar ninguém. Esqueci que estamos na Quaresma, desculpem...
09 fevereiro 2008
Safra de cinema
Nos últimos dias andei bastante pelo cinema. Aí vão filmes e avaliações resumidas por um método pictográfico largamente difundido e de fácil entendimento:
> Gângster....................................... :)))
> Onde os fracos não têm vez....... :))
> Meu nome não é Johhny............ :))
> Eu sou a lenda.............................. :(
> Super Xuxa vs. Baixo Astral...... :))))))))))))))
Tenho dois nacionais para ver aqui em casa: Baixio das Bestas e O Homem que Desafiou o Diabo. Levo mais fé no primeiro (sem trocadilhos!).
Por sorte não conferi o da Xuxa, é que não deu pra resistir, só isso...
> Gângster....................................... :)))
> Onde os fracos não têm vez....... :))
> Meu nome não é Johhny............ :))
> Eu sou a lenda.............................. :(
> Super Xuxa vs. Baixo Astral...... :))))))))))))))
Tenho dois nacionais para ver aqui em casa: Baixio das Bestas e O Homem que Desafiou o Diabo. Levo mais fé no primeiro (sem trocadilhos!).
Por sorte não conferi o da Xuxa, é que não deu pra resistir, só isso...
CAPÍTULO 1
Tá bom, não resisti (quem ler o post abaixo entenderá!).
Gottfried-Daimler vestiu a calça, recolheu o revólver e fechou as cortinas. Assoprou o cano, deve ser o que fazem os mais famosos serial-killers, e lembrou de quando tinha 12 anos, tempo no qual a vontade de matar circulava no limiar da tênue intenção e do violento impulso. Não preciso lutar contra a minha natureza, concluiu.
Cortinas cerradas significavam penumbra, mais ainda se o relógio do matador marca 4h57min. Tarde da madrugada, quase manhã. Ao redor, um corpo jovem, despido. Olhos semi-cerrados, braço esquerdo jogado para fora da cama. Vestes mínimas – uma saia rasgada e seios pequenos à mostra, conjugados com cabelos desgrenhados, pernas desalinhadas e pele jambo, cor incomum na Paris da era pré-imigração africana. Sinais explícitos de violência, mas apenas na moça.
Gottfried-Daimler emanava frieza. A julgar pela gravidade do crime recém-cometido, teria transformado o quarto em uma praça de guerra. Nem pensar. Profissional por força da alma, gastou menos de três minutos até chegar ao ponto desejado – entenda-se aí um corpo inerte. Fora a cama, o mobiliário permaneceu intocado. Cheiro de pólvora? Nada mais normal, em se tratando de uma vítima de disparo. Golpes bem desferidos facilitaram o trabalho
Gott – vamos chamá-lo assim, ele gosta – achou por bem acender um charuto e apreciar sua obra. Fitou os olhos da vítima, expressou satisfação e recolheu o olhar, pois era desnecessário rever uma testa crivada de bala.
Faltavam a camisa e as botas. Sem pressa, recompôs-se e saiu assoviando, feliz. Bateu a porta com gosto. Afinal, é incomparável começar o dia com 83 vítimas na conta.
Gottfried-Daimler vestiu a calça, recolheu o revólver e fechou as cortinas. Assoprou o cano, deve ser o que fazem os mais famosos serial-killers, e lembrou de quando tinha 12 anos, tempo no qual a vontade de matar circulava no limiar da tênue intenção e do violento impulso. Não preciso lutar contra a minha natureza, concluiu.
Cortinas cerradas significavam penumbra, mais ainda se o relógio do matador marca 4h57min. Tarde da madrugada, quase manhã. Ao redor, um corpo jovem, despido. Olhos semi-cerrados, braço esquerdo jogado para fora da cama. Vestes mínimas – uma saia rasgada e seios pequenos à mostra, conjugados com cabelos desgrenhados, pernas desalinhadas e pele jambo, cor incomum na Paris da era pré-imigração africana. Sinais explícitos de violência, mas apenas na moça.
Gottfried-Daimler emanava frieza. A julgar pela gravidade do crime recém-cometido, teria transformado o quarto em uma praça de guerra. Nem pensar. Profissional por força da alma, gastou menos de três minutos até chegar ao ponto desejado – entenda-se aí um corpo inerte. Fora a cama, o mobiliário permaneceu intocado. Cheiro de pólvora? Nada mais normal, em se tratando de uma vítima de disparo. Golpes bem desferidos facilitaram o trabalho
Gott – vamos chamá-lo assim, ele gosta – achou por bem acender um charuto e apreciar sua obra. Fitou os olhos da vítima, expressou satisfação e recolheu o olhar, pois era desnecessário rever uma testa crivada de bala.
Faltavam a camisa e as botas. Sem pressa, recompôs-se e saiu assoviando, feliz. Bateu a porta com gosto. Afinal, é incomparável começar o dia com 83 vítimas na conta.
Promessa!
Chega de marasmo e vida real! Decidi que, desta vez, vou fazer um conto pro blog que vai ter fim (até hoje, todos ficaram pela metade). Para isso, vou ter que adiantar o serviço. Bom, pra falar a verdade estou escrevendo isto no impulso, então pelo menos ficará o registro para lembrar que logo mais eu tenho que começar. Mas vai sair, e dos bons, prometo!
08 fevereiro 2008
06 fevereiro 2008
Operação Barriga - Novo Relatório
Depois de várias posições perdidas nas minhas férias, as tropas da Operação Barriga avançavam rumo a um dia vitorioso contra o Eixo do Mal (fenilcetonúricos, gorduras em geral e derivados de metanol). Eis que um telefonema no começo da noite mudou tudo.
A batalha de Montana Grill aconteceu às margens do Guaíba e terminou com clamorosa retirada dos homens da Operação, enfastiados após sucessivas ofensivas de garçons fortemente armados. Entre muitas baixas, estima-se alguns dias para a recuperação e reagrupamento das companhias.
Mas tenho que admitir, nunca foi tão bom perder!
A batalha de Montana Grill aconteceu às margens do Guaíba e terminou com clamorosa retirada dos homens da Operação, enfastiados após sucessivas ofensivas de garçons fortemente armados. Entre muitas baixas, estima-se alguns dias para a recuperação e reagrupamento das companhias.
Mas tenho que admitir, nunca foi tão bom perder!
Nova
Esqueci de comentar por aqui, mas tô morando sozinho de novo. Meu irmão passou na prova de residência médica e agora se mudou para Pelotas (hmmmm...). Bom, voltou o tempo de conversar com as paredes, mas eu dou um jeito de tirar de letra...
05 fevereiro 2008
Metas 2008
Acentuar o "a" em placas de sinalização nas estradas é o maior desafio a ser transposto neste ano sagrado de 2008. Já vi todos os tipos possíveis de acentos, em todos os lugares. Tem quem consiga até mudar o sentido da informação, como vi neste fim de semana. Tinha uma que era assim:
"Consulte o Daer antes de construir as margens da rodovia."
E eu achava que era o Daer quem fazia obras, que diabo! Preciso me informar melhor.
"Consulte o Daer antes de construir as margens da rodovia."
E eu achava que era o Daer quem fazia obras, que diabo! Preciso me informar melhor.
Nova afilhada
Se alguém ainda não viu, à esquerda tem o link para o blog da Alexandra. Só não me perguntem por que ela usou o nome "Gostosa e Divertida"...
Sobre Floripa
Ah, não falei de Florianópolis. É bem proviciana mesmo, tem um morro logo na entrada da ilha que lembra muito o estilo das casinhas incrustadas em Lisboa e no Porto. Não é só:
- Criminalidade é coisa rara. Dá pra andar tranqüilo à noite, a pé, mesmo no centro. E são poucos os flanelinhas;
- Passei uma semana lá, e ninguém veio pedir esmola nas sinaleiras;
- Carona é tradição. As pessoas costumam parar o carro e recolher quem faz o sinal na beira da calçada ou estrada. Não entrei nessa, óbvio;
- O sotaque é muito engraçado. Definitivamente, eles descendem de açorianos;
- Falta identidade regional. Os times que eles torcem são os do Rio, e uma hora parei para pedir informação. O cara retrucou: "Só se tu fores colorado!"
- Criminalidade é coisa rara. Dá pra andar tranqüilo à noite, a pé, mesmo no centro. E são poucos os flanelinhas;
- Passei uma semana lá, e ninguém veio pedir esmola nas sinaleiras;
- Carona é tradição. As pessoas costumam parar o carro e recolher quem faz o sinal na beira da calçada ou estrada. Não entrei nessa, óbvio;
- O sotaque é muito engraçado. Definitivamente, eles descendem de açorianos;
- Falta identidade regional. Os times que eles torcem são os do Rio, e uma hora parei para pedir informação. O cara retrucou: "Só se tu fores colorado!"
Marasmo
Toda a correria descrita nos posts abaixo significa que este Carnaval vem sendo de fraco a moderado. Até porque, pelo quinto ano consecutivo, minha escala de trabalho caiu no meio do feriado. Então, dá para imaginar como Porto Alegre ficou às moscas. E aqui não tem baile nem festa, não adianta.
Unidos da BR-101
Fazer o caminho Florianópolis-Porto Alegre nunca deve ter sido tão ruim quanto no último fim de semana. Como quase todo mundo sabe, parte da BR-101 em Santa Catarina desmoronou, provocando congestionamentos de 60 quilômetros. E eu paguei o pato na volta, sábado.
Saí da casa da Alexandra às 14h20min. Menos de 10 minutos depois, já estava parado. Daí até a saída para o desvio para Lages, na serra, foram quatro horas de espera. Isso para andar uns 10 quilômetros.
Quando finalmente consegui fugir, a primeira providência foi parar num post de gasolina e dar vazão ao líquido retido das horas de espera. Confesso que a situação estava chegando no limite, e não estava achando tão ruim descer do carro e fazer a alegria dos colegas de engarrafamento.
Depois, foi só tocar direto. Cheguei em Lages às 21h30min e tive que dormir por lá. Até valeu a pena, porque os últimos 100 quilômetros antes da cidade são muito legais, com curvas mais abertas, retas e uma paisagem de cinema. Dava gosto de dirigir.
Depois, foi acordar cedo no domingo, pegar mais serra, passar por Vacaria e Caxias e chegar a Porto Alegre às 13h, duas horas antes de ir trabalhar. Fechei quase 24 horas de viagem, parece inacreditável.
PS: os cinco pedágios da volta pela serra foram o lado negativo. Nas últimas paradas, as caixas já estavam me chamando pelo nome.
PS2: faltou minha mãe no banco do passageiro para repetir "Olha os campos de cima da serra", como ela fazia a cada cinco minutos na última vez que havíamos passado por lá.
Saí da casa da Alexandra às 14h20min. Menos de 10 minutos depois, já estava parado. Daí até a saída para o desvio para Lages, na serra, foram quatro horas de espera. Isso para andar uns 10 quilômetros.
Quando finalmente consegui fugir, a primeira providência foi parar num post de gasolina e dar vazão ao líquido retido das horas de espera. Confesso que a situação estava chegando no limite, e não estava achando tão ruim descer do carro e fazer a alegria dos colegas de engarrafamento.
Depois, foi só tocar direto. Cheguei em Lages às 21h30min e tive que dormir por lá. Até valeu a pena, porque os últimos 100 quilômetros antes da cidade são muito legais, com curvas mais abertas, retas e uma paisagem de cinema. Dava gosto de dirigir.
Depois, foi acordar cedo no domingo, pegar mais serra, passar por Vacaria e Caxias e chegar a Porto Alegre às 13h, duas horas antes de ir trabalhar. Fechei quase 24 horas de viagem, parece inacreditável.
PS: os cinco pedágios da volta pela serra foram o lado negativo. Nas últimas paradas, as caixas já estavam me chamando pelo nome.
PS2: faltou minha mãe no banco do passageiro para repetir "Olha os campos de cima da serra", como ela fazia a cada cinco minutos na última vez que havíamos passado por lá.
Resumão
Fazendo um balanção das férias, dá pra dizer que foram ótimas. Se o resumo ganhar alguns números, foram 20 dias e mais de 2 mil quilômetros, passando por três cidades em dois estados. Melhor nem lembrar, então, das churrascadas e cervejadas no meio do caminho.
DDD
A volta ao trabalho teve bastante correria e, também, telefonemas inusitados. Domingo à noite o Pato se machucou, e lá fui eu ligar para Milão em busca de informações novas. O jornalista com quem conversei falava um inglês macarrônico, foi muito engraçado. Mas deu certo.
Na segunda comecei um especial sobre a Copa do Brasil. Desta vez, procurei gente em Mossoró (RN) e Governador Valadares (MG). Não deu tão certo, então vou ter que tentar de novo.
Na segunda comecei um especial sobre a Copa do Brasil. Desta vez, procurei gente em Mossoró (RN) e Governador Valadares (MG). Não deu tão certo, então vou ter que tentar de novo.
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