26 junho 2007

Aí é dose

Não costumo dar esmolas, porque não vejo como solução: só faz o mendigo continuar pedindo, já que essa tática está funcionando. Agora, há exceções, e uma delas foi há pouco. Eu estava chegando no meu prédio e fui parado por um guri que mendiga na esquina. Sempre ali. Deve ter uns 14, 15 anos.
Hoje é dia de chuva, frio, enfim, um tempo do cão. E o guri veio perguntar se eu tinha um par de meia. Coitado, estava descalço e com os pés cheios de feridas na sola – a única coisa que ele tinha era um chinelo alguns números menores.
Bah, aí não dá para ser desalmado. Dei dois pares de meias que andavam encostados por aqui, mais um tênis de futsal já aposentado. Ele ia colocar direto nos pés, mas eu disse que pelo menos secasse um pouco antes. De nada ia adiantar molhar as meias direto.
Nem sei por que contei isso aqui. Não quero posar de bom samaritano nem nada, que fique bem entendido. Só escrevi por impulso. E acho que não vale a pena passar a borracha.

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